12 de novembro de 2010

Refletindo a liberdade de expressão

Achei muito interessante a discussão que apareceu nos EUA sobre o fato de a Amazon.com estar vendendo o "simpático" livro eletrônico: "The Pedophile's Guide to Love and Pleasure" (que aparentemente está fora do ar, pelo menos procurei há pouco e não achei, com grande chance de ser devido a incompetência minha). Após receber críticas, a Amazon manifestou que não deixaria de vender o livro sob o argumento de que é censura não vender um livro só porque eles ou outros acham que o conteúdo é questionável. E complementaram dizendo que não apoiam práticas criminosas, mas apoiam o direito de qualquer indivíduo decidir o que vai comprar.

Acho um caso excelente pra reflexão sobre os limites da liberdade de expressão. Parece-me absolutamente compreensível a revolta de um grande grupo de pessoas sobre um livro com esse conteúdo (que se propõe a orientar pedófilos, em como fazer e como não ser pego) ser vendido abertamente pela maior livraria do mundo. Por outro lado, dá pra criticar o argumento de que são as pessoas que devem decidir o que ler? A descrição do livro não deixa margem de dúvida, não se trata de apologia à pedofilia disfarçada, mas uma orientação clara, franca.

Segundo descrição pelo autor: "This is my attempt to make pedophile situations safer for those juveniles that find themselves involved in them, by establishing certain rules for these adults to follow. I hope to achieve this by appealing to the better nature of pedosexuals, with hope that their doing so will result in less hatred and perhaps liter sentences should they ever be caught." Ninguém vai comprar isso por engano.

Recomendo ler também o comentário do cara que baixou o livro, embora ele não discuta a questão da liberdade de imprensa, mas o conteúdo do livro em si.

Qual o limite? Cartas à redação.

2 comentários:

Pogre disse...

Pq o texto não está justificado?

Felipe Leal disse...

Caso interessante mesmo.
Primeiro, não parece ser censura uma loja não vender um livro.
E acho curioso que a empresa fale como se tudo se resumisse ao direito do consumidor. Isso se torna mais importante até do que o direito das possíveis vítimas, que estão em desigualdade de força. Já trabalhei numa ONG ligada a essa questão, e sei que as consequências da pedofilia são bem graves pras vítimas. Evitar isso é menos importante do que preservar o direito divino do poder de compra?
Também pra mim o fato de o cara ser franco não muda o caráter de incitação ao crime. O problema, afinal, são justamente as pessoas que procuram o livro sabendo o que querem, não os desavisados.
Por fim, me pergunto: a Amazon venderia um livro que abertamente ensinasse a hackear o seu site ou a arremessar boeings contra prédios?
P.s. - Pogre, acho que não justifica no automático. Você pode tentar editar a mensagem pelo http://draft.blogger.com, que tem mais recursos.