6 de junho de 2011

Todo cuidado é pouco

Este é um post chato. Quer dizer, ainda mais chato do que os demais postes até então escritos. E como ele pode ser mal entendido, uma palavrinha: se eu estivesse em São Paulo, eu teria participado em apoio à marcha das vadias. Uma declaração das manifestantes, contudo, me deixou, digamos, pensativo.

1 de junho de 2011

Os limites do “espaço pessoal” — ao menos num avião comercial

Uma amiga me mandou, hoje pela manhã, uma notícia, digamos, inusitada. Dois passageiros de um vôo que saía de Dulles International Airport – próximo a Washington, DC – rumo a Gana, trocaram tapas à bordo. Acho que a notícia chamou atenção pela confusão que se armou: o piloto decidiu retornar ao aeroporto, o que fez escoltado por dois caças F-16 da força aérea norte-americana, depois de despejar uma parte considerável dos seus mais de 60.000 litros de combustível. O preço do combustível, por aqui por volta de R$ 1,80 o litro – caríssimo para os padrões locais – e ameaças aéreas dão bem a dimensão de algumas das maiores preocupações dos EUA. De minha parte, o que mais me estarreceu foi o motivo da confusão: “O que a iniciou? Um assento reclinável que invadiu o ‘espaço pessoal’ de outro passageiro” [em tradução mais do que livre].

6 de março de 2011

As 1001 histórias de Rachel Sheherazade

Aparentemente, há um certo sentimento de desconforto com o carnaval que ganhou corpo com as críticas de Rachel Sheherazade, âncora – creio – de um telenoticiário paraibano. No Facebook, por onde eu tive acesso à indignação da jornalista, praticamente todos gostaram do que ouviram. No YouTube, já foi visto por mais de 150 mil pessoas, das quais quase 4 mil expressaram seu contentamento. Disponibilizo o vídeo aqui abaixo pra aumentar seu número de visualizações com os 5 leitores passam por aqui de vez em quando.

19 de janeiro de 2011

A “lua de mel” da imprensa com Dilma

Reinaldo Azevedo tem repetido que anda pelos jornais uma onda pró-Dilma, criando uma imagem de gerente republicana e competente já bem distante daquela de Lula. O que não falta é motivo pra não levar o cara a sério (só Serra, talvez, via mais petismo na grande imprensa), mas de fato dá pra notar uma certa queda na má vontade geral quanto ao governo, e um exemplo disso pra mim foram comentários favoráveis à ida de Dilma às cidades atingidas pelas enchentes no Rio, como os de Eliana Cantanhede.

Vamos supor que está mesmo acontecendo uma lua de mel. Quais seriam os motivos? Eu tenho uns palpites.

17 de janeiro de 2011

Battisti, abertura de arquivos da ditadura e revisão da anistia

Talvez o melhor texto que li sobre o caso Battisti até agora, de autoria do Renato Janine Ribeiro, publicado no Estadão em 09 de janeiro:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=624CID001

E a mesma ideia (declaradamente) copiada, mas com ênfase na distinção entre crime político puro e crime político contra a humanidade:

http://www.migalhas.com.br/depeso/16,MI124674,91041-Caso+Battisti+Eureka!+Agora+tudo+tem+logica!

O que posso dizer é que alguém finalmente apresentou argumento razoável pra minha sensação de que conceder asilo pro Battisti é um absurdo e que o Estado brasileiro só está fazendo isso porque a pessoa em questão é próxima de gente no centro do poder.

Todos os argumentos sobre a legitimidade ou ilegitimidade do processo penal a que ele foi submetido na Itália sempre me incomodaram, tanto pra um lado quanto pra outro. De forma mais instintiva que racional, sempre achei que não fazia sentido discutirmos isso (a questão processual). Claro que a sensação de injustiça na concessão de asilo me fez pender mais para os argumentos a favor da extradição, mas nenhum me satisfez. Até agora.

12 de dezembro de 2010

Vladimir Safatle e Maria Inês Nassif

Wilson Gomes disse certa feita, no seu tuíter – imensamente recomendado –, que Fernando de Barros e Silva é seu colunista favorito na Folha. Não sei se posso interpretar favorito como melhor ou se se esse “na Folha” quer dizer que ele tem outros favoritos que escrevem em lugares diferentes. Mas, se me fosse permitido fazer todas essas estrapolações, eu, humildemente – mesmo não havendo dúvida que ele entende do assunto muito mais do que eu –, me veria obrigado a discordar.

Para mim, as terças e as quintas são os dias em que escrevem os dois mais lúcidos colunitas do país: Vladimir Safatle, na Folha, e Maria Inês Nassif, no Valor, respectivamente. (Uma nota: como os textos do Valor estão disponíveis apenas para assinantes, basta consultar o blogue de seu irmão, Luís Nassif, para ler sua coluna semanal.)

10 de dezembro de 2010

É triste, mas devo uma a Ann Coulter

Há exatamente uma semana, me deparei – não sei como – com o blogue da Cleycianne. Nele dei de cara com um post intitulado “Como descobrir se seu namorado é homossexual passivo!”, no qual a blogueira comenta “as coisas que acontecem na internet com uma visão cristã”. Um dos conselhos que dá para as “mulheres angustiadas” em saber sobre as preferências sexuais dos namorados é o seguinte:

- Sabe[r] todas as coreografias da Lady Gaga, Britney Spears e Sapatonna.

24 de novembro de 2010

Se não for solipsista é o quê?

Depois Pogrinho vem reclamar que eu ando abusando da palavra “solipsismo”, mas como é que dá pra gente entender o que anda se passando com a direita brasileira sem se valer dela? (Isso, claro, sem contar todo o colorido erudito que ela dá ao post, né?)

19 de novembro de 2010

Não entre! Cão bravo!

É verdade que eu sou um cara obsessivo. Às vezes com uma coisa, às vezes com outra, não importa, tenho sempre algo que simplesmente não me sai da cabeça. Tentei fazer, nessas pouco mais de duas semanas desde o fim das eleições, uma espécie de retiro: política, só a que envolvia diretamente ao meu trabalho, injustificadamente atrasado. Mas devo confessar que não consegui. Via, em cada leitura que fazia para a tese, passagens que me remetiam a esse momento histórico que tanto o Brasil quanto os EUA estão vivendo: um avanço pesado de um pensamento, bem pensada a expressão, radicalmente conservador.

12 de novembro de 2010

Refletindo a liberdade de expressão

Achei muito interessante a discussão que apareceu nos EUA sobre o fato de a Amazon.com estar vendendo o "simpático" livro eletrônico: "The Pedophile's Guide to Love and Pleasure" (que aparentemente está fora do ar, pelo menos procurei há pouco e não achei, com grande chance de ser devido a incompetência minha). Após receber críticas, a Amazon manifestou que não deixaria de vender o livro sob o argumento de que é censura não vender um livro só porque eles ou outros acham que o conteúdo é questionável. E complementaram dizendo que não apoiam práticas criminosas, mas apoiam o direito de qualquer indivíduo decidir o que vai comprar.